Primeiro Choro: Passos deles em uma cidade dos outros
"A virtude não passa de uma tentação insuficiente."
George Bernard Shaw
Ao anoitecer na língua do mar - onde o sal protege a carne, onde o Jordão jorra a água que nos dá a comida tão cara, tão suave e tão santa. Tão santa que sem ela o sal secaria nossas vidas, nossos amores, nossa força e nosso triste caminhar longe do paraíso perdido. Tão santa que os próprios anjos devem beber de sua fonte – Dois varões entram a porta de minha humilde cidade.
Suas fisionomias são estranhas a nossos olhos. Andam levemente enquanto passam pelas portas de nossa cidade. Seus passos fazem as pessoas deixarem o que fazem para vê-los.
E andam, observando com um olhar estranho as pessoas. Todos os olham nos olhos. Todos querem tê-los. Todos querem tocar suas peles. Seus rostos. Seu corpo.
Quem são os homens que andam pela cidade enquanto anoitece? O frio chega e eles não terão onde ficar. Quem são esses homens que atiçam a curiosidade e o desejo de todos? Na rua é muito. Não devem ficar com o povo, que perversamente farão o que desejarem. Quem são esses homens que parecem ter bebido da água do Jordão, como anjos?
I:I
Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos,
Em casa de vosso servo e passai nela
À noite, e lavai os vossos pés, e levantei-vos
Pela madrugada seguirás com cautela
Não meu bom homem. Não deves se preocupar
Pelas terras de Jeová chegamos aqui
No solo dessa rua ficaremos a acampar
Durante a noite fria vendo o alto daqui
Não deverias olhar aos céus sendo homem
Apenas anjos e o próprio senhor olham
Venham à minha casa. Onde todos comem.
Iremos então bom senhor e entraremos
Em sua casa. Comeremos seu banquete
Pois tu porfiares conosco. Então vamos.
E então trouxe aqueles homens que olham para os céus como se fosse seu lar para minha casa, para que lavassem seus pés, sujos da viagem longa que eles deveriam ter tido. Para que comessem junto de minha família.
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